Brasília – A possibilidade de adoção de crianças haitianas por brasileiros foi debatida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH) nesta quarta-feira (07), com a presença de parlamentares peemedebistas.
O deputado federal Francisco Rossi (SP) falou sobre as dificuldades para adoção no Brasil e citou sua situação familiar, pois é avô de três crianças adotadas. Rossi acredita ser fundamental o debate sobre o tema e lembrou que, após a tragédia no Haiti, foi feita a prisão de supostos missionários cristãos que estavam negociando adoção de crianças haitianas de maneira irregular e foram detidos no país após o terremoto.
O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean defendeu que a adoção de crianças órfãs haitianas em massa "deve ser evitada" e que o melhor caminho seria a permanência no país, com os seus familiares. Além disso, “devem ser respeitadas as questões técnicas e jurídicas do país e os acordos internacionais”.
A vereadora de Osasco, São Paulo, Ana Paula Rossi, que é filha do deputado Francisco Rossi e mãe de três crianças adotivas, declarou que “é muito difícil a adaptação de crianças retiradas do seu meio, mesmo dentro do próprio país” e apoiou a posição do embaixador haitiano.
“No Brasil a legislação dá prioridade para a adoção por casais brasileiros, essa é uma questão muito importante. Acho louvável a preocupação com as crianças do Haiti, mas tenho preocupação também com as crianças do Brasil”, afirmou Ana Paula, que defendeu que todas as possibilidades no país de origem da criança devem ser esgotadas antes de se cogitar a adoção por estrangeiros.
No final da audiência se definiu a criação de uma comissão mista, composta por parlamentares da Câmara e do Senado, batizada de Missão Zilda Arns, que irá ao Haiti para ver in loco a situação das crianças no país.